*Por Caxambó
Como é bom voltar à origens. Hoje novamente exercitamos nosso mais precioso princípio do MAR de Palhaços: de ser uma troca, um momento de pesquisa coletiva, de
encontro, de amor , de encontro de corações de palhaços também.
Hoje realizamos treinos livres do MAR, no território onde nasceu o MAR de Palhaços, numa época em que hordas de palhaços se juntavam para fazer rodas coletivas de finais de semana.
Antigamente a gente falava assim: - "Vai ter Abre-rodas no Parque de Pituaçu" e aí aparecia uma cambada de narizes vermelhos prontos para arriscar-se, para dar tudo de si, trocar, crescer, engulir merda (como dizemos) e ainda com a coragem de relatar as obras (confira: http://www.mardepalhacos.blogspot.com.br/p/de-2010.html).
Hoje realizamos os treinos livre do MAR, no Parque de Pituaçu, e foi simplesmente fantástico. Começamos a treinar eu e Ale. De repente uns meninos que passavam se interessaram. Espontaneamente oficina de malabarismo para iniciantes. Meninos muito envolvidos. Gostaram!
Tive uma autopercepção incrível: nasci pra ser educador mesmo. Já venho desenvolvendo diversas pedagogias e hoje, um dos meninos me empolgaram. Mesmo repetindo várias vezes: "isso não consigo não", eu fui insistindo, insistindo, distraindo a mente dele com Caxambó na veia, passando macetes didáticos, até que ele, de primeira oficina, conseguiu fazer malabarismo com 3 claves!!!!Simplesmente fantástico.
Ao fundo de paisagem: A lagoa, calma, silenciosa, agredida pela pressão urbana, mas testemunha infalível de que o MAR é profundo e de que quando remexido, nos faz voltar às origens. Mas não é voltar às origens para ser saudosista, ou para reclamar dos tempos de hoje lembrando que antes era melhor.
Voltar às origens para valorizar o presente, para referenciar quem somos. Voltar às origens para termos uma bússola e lembrarmos qual o nosso intento inflexível. Hoje demos mais um passo de poder, seguindo defronte à proa desse nosso navio , grande, redondo e vermelho. Com coração de palhaço, com espírito de guerreiro.
O MAR de Palhaços continua, imprimindo novos intentos, expandindo a partir de velhas formas. Ampliando suas formas de atuação, com a flexibilidade que tem um artista de rua. Se re-moldando para todo o sempre. Afinal o agora é o poder, mas ele engloba tudo, passado-presente-futuro. Nada está no meio, pois tudo é o meio. O presente é a única realidade no passado e futuro.
Por isso importante se faz: voltar às origens, para recomeçar de novo, dentro de uma continuidade.