sexta-feira, 5 de outubro de 2012

um domingo no parque

*Por Ale Carvalho
Domingo passado no Parque de Pituaçu aconteceu o espetáculo do Grão de Circo Pé na Terra. Como o quiosque estava ocupado com um evento, nós fomos cortejando de lá até a frente do parque chamando as pessoas a participarem do espetáculo. Já nessa hora, rolou uma conexão maravilhosa de amor e alegria entre a cia e o público, o que é super válido, já que o caminho do palhaço remete a conexão de almas a partir dos olhos, na minha singela opinião esse um caminho para a mesma.

 Adultos, crianças e crionças fizeram questão de levar os pés no coração, e quando paramos no local escolhido para ser o do espetáculo, o arrastão que nos seguiu já havia se tornado uma multidão ansiosa. Sim, mas o público é como um jardim e precisa ser regado para não morrer. Isso ficou a cargo da música e principalmente das brincadeiras dos palhaços Zédispeto e Caxambó, o branco e o augusto na cena. Os corações das pessoas iam aos olhos de tão brilhantes e as palmas foram se tornando cada vez mais constantes. 

Os transeuntes  paravam só para ver o que eram aqueles bichos esquisitos fazendo esquisitices e eram envolvidos por aquela esfera de amor. Os dois palhaços continuaram a apresentação, dessa vez com malabares. Foi lindo também, e engraçado demais. Nessa hora o público já ia ao delírio. As crianças e os seus pais se divertiam como se fossem todos da mesma idade. 
Pronto, a palhaça Didi Siriguela invadiu a cena para um amistoso pingue-ponge de piolho com o seu companheiro caxambó. Depois de muitas piolhadas, e cada vez mais gente agregando a roda, aconteceu algo magnífico. 

O quê? A mágica. Oh! Mágica? Sim. Isso mesmo. O mágico Coringa deixou todos perplexos com dois números incríveis. Em seguida, em meio a muita música, Caxambó e Zédispeto voltaram a cena, dessa vez com um número clássico, o abelha-abelhinha, com direito a mel na boquinha e tudo. 
E quase pra finalizar, foi passado o chapeu, que mais que uma tradição é um ato político. Houve o número de finalização, maravilhoso como os outros, o que ficou refletido nos olhares e sorrisos do público, um jardim agora repleto de rosas de todas as cores, gardênias, girassóis e cravos, pois naquela hora contada de espetaculo, um ínfimo se comparado as horas de suas semanas como pessoas "normais" esses seres tiveram a felicidade de ter as almas regadas pelo amor dos palhaços e artistas presentes no local.

Com certeza em suas semanas e para sempre lembrarão daquele acontecimento apoteótico como eu lembro do brilho de cada um daqueles olhares nos amando. Nada é por acaso e aquele encontro também não foi, afinal, também fomos e somos regados. A cada pequena ação como essa a realidade muda um pouco na vida das pessoas e no mundo. Somos transformadores. Eu sou, você é. O primeiro passo é acreditar.